Cursos: Transmissão e Interseccionalidade na Psicanálise
A transmissão da psicanálise em Jairo Carioca de Oliveira transcende a mera exposição teórica. É um ato político e um convite à implicação. Em seus cursos, ele articula com maestria os fundamentos psicanalíticos com as urgências do nosso tempo: racismo, decolonialidade, gênero e justiça social. Participe de uma formação que não apenas ensina, mas transforma a escuta e a prática clínica, capacitando-o a pensar e a intervir nas complexas interseccionalidades que constituem o sujeito contemporâneo.
SCHREBER E RIOBALDO: análise de dois pactos com o diabo.
“O diabo passa pela porta da fechadura”, confidencia Schreber em suas memórias. “E, outra coisa: o diabo é às brutas”, murmura Riobaldo, tentando, entre ecos e sombras, absolver-se da culpa. Em ambos, o mesmo dilema se impõe: o pacto foi selado ou apenas sonhado? O mal é um ente concreto ou uma miragem da mente em convulsão?
Não por acaso, a recorrência do diabo nos escritos de Schreber chamou a atenção de Sigmund Freud. Na carta 57 a Fliess, o fundador da psicanálise manifesta um interesse incisivo pelo diabo e sua significação cultural. Onze anos mais tarde, essa intuição germina em formulação teórica: “o diabo é a personificação da vida pulsional inconsciente reprimida”. Mais do que metáfora, ele é o signo da inquietante estranheza, a figura do pai temido e o próprio nome do mal.
Em Grande Sertão: Veredas, a questão se adensa: Riobaldo acredita ter vendido sua alma, mas jamais sabe ao certo se o pacto foi consumado. O diabo existe ou é apenas o espectro do medo humano? Guimarães Rosa, em sua tessitura poética, empurra a dúvida ao limite: e se o mal não fosse um ser, mas uma estrutura?
Talvez, tanto em Schreber quanto em Riobaldo, o diabo funcione como metáfora última do perigo real de existir. Esta investigação propõe escapar do reducionismo teológico para aprofundar-se na dialética do bem e do mal, explorando o diabo como um significante cultural do ódio, do desejo e da paranoia. Ao iluminar a função do mal(-estar) na lógica do delírio, buscamos compreender como o sujeito, na fronteira do abismo, negocia com seu próprio inferno.
Assista a esta aula gratuitamente clicando na imagem abaixo.
CLINICA DA PSICOSE
A clínica da psicose exige um olhar sensível e cuidadoso, que ultrapassa a simples aplicação de técnicas para adentrar o território singular do sujeito. Diferente das neuroses, onde há um conflito entre desejo e lei, na psicose, a própria estrutura do sujeito se organiza de forma distinta, muitas vezes marcada pela ausência de um significante que sustente a realidade compartilhada. Assim, o trabalho clínico se dá na construção de um campo onde a palavra possa encontrar lugar, seja por meio da escuta atenta, da sustentação de um delírio organizador ou da criação de novas amarrações simbólicas. Não se trata de “curar” no sentido clássico, mas de possibilitar um modo de existir que minimize o sofrimento e permita a invenção de formas singulares de laço com o mundo.
LINK PARA COMPRA DO CURSO AQUI
R$ 99,00 – Carga Horária: 4 horas
O Sertão como Nó Borromeano:
Lacan, o Inconsciente e a Literatura da Fenda
E se o sertão fosse mais que geografia?
Um real que escapa ao mapa, um nó onde o simbólico, o imaginário e o real se enroscam como espinho, osso e palavra.
Literatura da Fenda:
Entre o grito e o delírio, o sertão fala com voz potente, atravessado de silêncio e corte, como quem sabe que o inconsciente não é europeu — é terra rachada, chão de memória e escuta rasgada.
Lacan revira-se no mato:
O nó borromeano aqui não segura com fita francesa: ele sangra, fede, canta embolada. O inconsciente pulsa na travessia, nas falas partidas das personagens de Fabiano, Riobaldo e Severino.
Proposta:
Repensar o inconsciente a partir da margem.
Reler Lacan com os pés na poeira.
Fazer da literatura do sertão um operador clínico.
Uma travessia entre psicanálise, literatura e resistência.
Link para compra do curso em breve.

Novos cursos em breve
Novos cursos, seminários e grupos de estudo serão anunciados em breve. Fique atento às atualizações através dos canais da Escola Psicanalítica da Escuta Periphérica, do Instagram e do Youtube.